Era uma carta de despedida
08:52
Era uma carta de despedida, mas não como tantas outras. Essa era diferente, e sabe porque? Por que ela era antes de qualquer coisa uma carta de absolvição, sim! isso mesmo, absolvição. De tudo aquilo que poderia ter sido, e não foi. De tudo aquilo que deveria ter sido sentido, mas não foi. De tudo aquilo que deveria ter sido esquecido, mas ainda não o foi.
Poderia começar dizendo o quanto sinto sua falta, mas acho que essa não é uma boa maneira de começar, poderia dizer também que penso em você em cada maldito minuto do meu dia, mas essa também ainda não é uma boa forma de começar... poderia dizer muitas coisas sobre você, e todas elas seriam verdadeiras. Mas nunca as acho boas o suficiente, e nem quero parecer desesperada.
A questão é que tenho todo um vocabulário para você, isso por que ainda não encontrei palavras - entre as nossas - que sejam boas o bastante para expressar esse sentimento maluco que existe em mim. Acredite já passei noites em claro tentando decifrar esse enigma, e parece que quanto mais eu penso mais confusa eu fico.
Recentemente percebi que a única maneira de não enlouquecer e deixa-lo ir, de forma inconsciente ou não acabamos presos em nossos sentimentos, e isso vai nos sufocando aos poucos, nos matando de certa forma. E eu não quero isso, não desejo isso para ninguém na verdade.
Por isso absolvo meus sentimentos por ti, deixo-os livres para irem onde quiserem, talvez eles não mudem nunca. Mas eu preciso ao menos tentar, saber que fiz alguma coisa em relação a isso. Se eles insistirem em permanecer é por que realmente são verdadeiros. Embora eu não tenha nenhuma duvida disso.
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